Aposto que essa bela foto te deixou com vontade de uma Coca bem gelada. Se não fosse um probleminha no fígado eu tomaria todos os dias, assim como eu fazia antigamente. Isso não deixa de ser um vício, né? Como diria Carl Jung “Qualquer vício é ruim”.
Infelizmente, a maioria das pessoas utilizam vícios de linguagem no dia a dia ou em apresentações.
Eu faço parte desta grande maioria. Há um tempo atrás levei um puxão de orelha do meu superior durante uma locução de vendas. Eu nunca havia reparado na minha fala: – Atenção Senhores clientes, estamos com várias ofertas no setor da feirinha,ok? Banana Nanica por apenas 2,99 kg ok?
Além dos vários “oks”, existiam pausas que eram marcadas por um “ããããh”, “ééééh”, “né”…
Meu superior me chamou e disse o quanto aquilo era desagravel de ser ouvido. O que não era mentira.
Isso acontecia devido alguns fatores e o primeiro deles é a falta de vocabulário. A leitura é de extrema importância para a vida, em qualquer área, em qualquer grau e deve ser estimulada a todos desde a infância. A falta da mesma, afeta nosso vocabulário.
O segundo motivo é a Insegurança e quando lidamos com público geralmente as palavras fogem da nossa cabeça. Por fim, o costume, às vezes o vício de linguagem nem é intencional, de tanto ouvirmos alguém utilizar acabamos colocando em nossas falas.
O engraçado é que desde pequena leio muito, muito mesmo. Meu vocabulário é até bom. O que estava acontecendo era o seguinte: O fato de pegar em um microfone sem experiência nenhuma e falar na frente de vários clientes, fornecedores e gestores me deixava muito insegura. Eu me preocupava muito no que os outros estariam pensando.
Sem perceber, isso me causava outros graves problemas como por exemplo, não conseguir passar uma mensagem clara para o público, isso prejudicava os resultados da minha apresentação, levando o público a pensar se eu realmente entendia do assunto proposto e além disso, o vício de linguagem atuava como entrave no desempenho e desenvolvimento da minha carreira.
Me lembro bem no meu início quando ia passar um treinamento ou fazer uma locução para várias pessoas eu tremia na base, a ponto do suor marcar minha camisa e o microfone ficar molhado. Por mais que eu treinasse em casa e me inspirasse em locutores renomados, quando era a minha vez de brilhar eu travava e fazia uso de diversos vícios de linguagem.
Mas calma, se até meu probleminha no fígado foi resolvido, essa insegurança toda também pode ser e a solução para isto é conhecer a sua fala.
Muitas das vezes deixei de ser eu mesma devido a busca de uma locução excelente. Não enxergava que conhecer minha fala, meu vocabulário e meu jeito de ser, tornaria a minha locução irresistível.
A melhor forma que encontrei de fazer isso é através do método Reabilitação, que consiste em 3 passos:
1º Passo – Seja simples, seja você. Podemos até nos inspirar em alguém, mas querer ser como esta pessoa não é legal, seja você mesmo e use suas palavras.
2º Passo – Aumente seu vocabulário através de livros e estudos, com isso não cairá em vícios de linguagem.
3º Passo – Acostume-se com o silêncio das pausas. Isso não significa que elas devam ser tão longas a ponto de deixar seu discurso monótono, significa que elas terão o seu lugar e serão aliadas na minimização dos vícios de linguagem.
Então, está tudo bem se inspirar em alguém, desde que você seja você mesmo em sua comunicação. Com isso você irá criar a sua identidade comunicativa e talvez será a inspiração de outras pessoas. Você é único e tornar sua comunicação irresistível só depende de você.
Então faça como eu, leia, porque ler nunca é demais. Saiba o tema das suas apresentações ou treinamentos com antecedência , se preparar muda tudo. Treine bastante, confesso que quando comecei a locução no supermercado eu treinava na frente do espelho com um desodorante aerosol na mão. Parece bobeira, mas foi com isso que passei a me sentir segura falando no microfone para todos os públicos.
Te apresentei várias dicas, mas a que quero que você leve pra sempre é: seja você mesmo e assim você fará toda a diferença.