O impacto da sua comunicação interior em sua jornada de vida

Você já parou pra pensar como acontece a escolha da sua própria jornada? 

Quando pensamos em comunicação, imediatamente nossa mente nos remete à comunicação externa, a forma como nos comunicamos com as demais pessoas. No entanto, nossa comunicação começa um passo antes: é a nossa comunicação interior.

Infelizmente muitas pessoas não têm atenção sobre o seu padrão de comunicação interior, ou seja, como se comunicam com elas mesmas. 

Assim como grande parte das pessoas, eu também, durante muito tempo em minha vida não tinha a percepção de como era a minha comunicação interior; só passei a observar atentamente meus “diálogos internos” já na vida adulta, na época da faculdade, quando alguns conceitos estudados na disciplina de Psicologia despertaram minha auto-observação.

O que nos leva a um padrão negativo de comunicação interior podem ser fatores vários, como insegurança e baixa autoestima, vivências negativas pelas quais já passamos, trazendo um sentimento de menos-valia, podem ser originados por um padrão de comunicação negativo e de desvalorização absorvido durante a infância e adolescência, e, ainda, nossa “configuração mental”, vamos chamar assim, que é composta por nossas experiências desde a infância, incluindo a maneira como fomos educados, a forma como fomos tratados por nossa família de origem e nossos cuidadores e professores, como nos sentimos em relação a nós mesmos e as experiências que vivenciamos.


Vários são os fatores que  podem causar estes problemas, como a dificuldade de reconhecer o próprio valor, o sentimento de incapacidade, desânimo e falta de produtividade, assim como o medo de arriscar e de abraçar novas oportunidades, pela falta de esperança, pessimismo e desinteresse pela vida: podem ser fatores psicológicos, emocionais, comportamentais e circunstanciais, que precisam ser avaliados caso a caso com a ajuda de um profissional habilitado.

Um desses fatores, por exemplo, pode ser o tipo de mentalidade de cada um.

Com base em suas pesquisas ao longo de 20 anos Carol Dweck – psicóloga americana, professora de Psicologia na Universidade de Stanford desde 2004, é bastante conhecida por seus estudos a respeito da mentalidade fixa e mentalidade de crescimento – ela apresenta que os indivíduos podem ser colocados em uma série de acontecimentos sequenciais e ininterruptos de acordo com as visões implícitas de que são e de onde vem suas habilidades.

Seus estudos demonstram que alguns acreditam que seu sucesso é baseado na habilidade inata: são indivíduos que têm uma teoria “fixa” da inteligência (mentalidade fixa). Outros, acreditam que seu sucesso é baseado em trabalho duro, aprendizado, treinamento e obstinação: são os que têm uma teoria de “crescimento” ou “incremental” de inteligência (mentalidade de crescimento). Os indivíduos podem não estar necessariamente cientes de sua própria mentalidade, mas sua mentalidade ainda pode ser discernida com base em seu comportamento, que fica bastante evidente de acordo com sua reação ao fracasso.

Indivíduos de mentalidade fixa temem o fracasso porque é uma afirmação negativa sobre suas habilidades básicas, enquanto indivíduos de mentalidade de crescimento não temem tanto o fracasso porque percebem que seu desempenho pode ser melhorado e o fracasso faz parte do aprendizado. 

Essas duas mentalidades desempenham um papel importante em todos os aspectos da vida de uma pessoa: Carol Dweck argumenta que a mentalidade de crescimento permitirá que uma pessoa viva uma vida menos estressante e mais bem-sucedida. 

Em uma mentalidade fixa, os indivíduos acreditam que suas habilidades básicas, sua inteligência, seus talentos, são apenas traços fixos. Eles têm uma certa quantia e é isso, e então o objetivo deles é parecer esperto o tempo todo e nunca parecer um fracassado. Em uma mentalidade de crescimento, os indivíduos entendem que seus talentos e habilidades podem ser desenvolvidos por meio de esforço, bom ensino e persistência. Eles não pensam necessariamente que todos são iguais ou que qualquer um pode ser Einstein, mas acreditam que todos podem ficar mais inteligentes se trabalharem nisso,  e são mais propensos a continuar trabalhando duro apesar dos contratempos.

Conforme explicado por Dweck, uma mentalidade de crescimento não é apenas esforço. Talvez o equívoco mais comum seja simplesmente igualar a mentalidade de crescimento ao esforço. “A mentalidade de crescimento visa ajudar a fechar as lacunas de desempenho, não escondê-las. Trata-se de dizer a verdade sobre o desempenho atual de um aluno e depois, juntos, fazer algo sobre isso, ajudando-o a se tornar mais inteligente.”

A autopercepção tem um papel fundamental para identificar os padrões de pensamento e autocrítica nocivos com o objetivo de ressignificá-los. 

Gosto muito de uma frase de Brené Brown – Dra. Brené Brown é professora pesquisadora da Universidade de Houston, professora convidada na Universidade do Texas em Austin McCombs School of Business. Brené passou as últimas duas décadas estudando coragem, vulnerabilidade, vergonha e empatia. Ela é autora de seis best-sellers nº 1 do New York Times e é a apresentadora de dois podcasts premiados do Spotify, ‘Unlocking Us’  e ‘Dare to Lead’ – que diz:

             “Quando temos a coragem de entrar em nossa história e possuí-la, podemos escrever o final. E quando não somos donos de nossas histórias, incluindo fracassos, contratempos e mágoas, elas são donas de nós.”

 Tomarmos consciência de quem somos e onde estamos é a melhor escolha que temos, fazendo um exercício simples de auto percepção:

  • o primeiro passo é observar atentamente durante um período de tempo, que pode ser de uma a duas semanas, e fazer um registro de quais são os pensamentos e frases negativas recorrentes que você costuma dizer para você, incluindo também as histórias da sua vida que trazem desconforto e constrangimento;
  • o passo seguinte consiste em identificar a origem desses pensamentos, frases e sentimentos é fundamental, com o objetivo de ressignificá-los, buscando reescrevê-los como frases positivas;
  • em seguida, será necessário exercitar diariamente essas novas frases, repetindo-as para você mesmo ao iniciar o seu dia e sempre que perceber que as idéias negativas querem voltar à sua mente. É importante se manter sempre consciente e realizando uma gestão saudável de seus pensamentos;
  • desafie-se e busque colocar em prática ações alinhadas às suas novas afirmações, procurando coerência entre o que você fala e o que você faz, voltando-se à uma vida focada no agora e mais direcionada para soluções do que reclamações.

Este é um exercício prático e simples que nos permite despertar uma maior clareza de como estamos conduzindo nossas vidas e impactando nossas atitudes e escolhas (ou falta delas) de acordo com nossa configuração mental.

Você não acha que vale a pena dedicar alguns minutos por dia, ao longo de algumas semanas, para trazer mais consciência à sua forma de pensar e ter a oportunidade de alterar a forma que está conduzindo sua vida, para ter mais qualidade de presença nas suas escolhas?!

Assuma hoje as suas escolhas, começando pelos pensamentos, e mude seu estado de vibração e a nova jornada que você deseja percorrer. Tenho certeza que daqui a algum tempo você sentirá orgulho por ter feito novas escolhas.

Compartilhe:

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Telegram

Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.