A regra de ouro da comunicação na construção das relações

Na útlima aula, mergulhamos no estudo do livro “Manual de Persuasão do FBI”, escrito por Jack Schafer e Marvin Karlins.

O ponto central do nosso estudo é o que Jack nomeu de Fórmula da Amizade.

 

Para transformar em uma ferramenta aplicável, definimos dois grandes princípios a partir da fórmula:

  1. Comunicação não verbal;
  2. Comunicação verbal.

 

Na última aula, destrinchamos o tema comunicação não verbal, apresentando a importância da proximidade, frequência e duração na construção das relações, e na aula de hoje vamos falar sobre a comunicação verbal.

Vamos lá?

 

Intensidade

Bom, como vimos anteriormente, para Jack a fórmula da amizade é = proximidade + frequência + duração + intensidade.

Na última aula, entendemos como explorar e aplicar as ferramentas da comunicação não verbal no início dos nossos relacionamentos, e na aula de hoje vamos nos aprofundar na última etapa: a intensidade. No livro, Jack caracteriza a intensidade como o quão fortemente você é capaz de satisfazer as necessidades psicológicas e/ou físicas de uma outra pessoa por meio de comportamentos verbais.

 

Complexo?

 

Calma, vamos simplificar seu entendimento. Para isso, usaremos o exemplo da aula anterior. No exemplo, a pessoa alvo frequenta os mesmos ambientes que você, mas não pertence ao mesmo círculo de amizades (não ainda). E, por perceber caracteristicas em comum e oportunidades que podem ser compartilhadas a longo prazo, é seu objetivo construir essa conexão/amizade. Para exemplificar os ambientes, na aula anterior usamos o exemplo do grupo de estudos e do clube de lazer. O primeiro passo que aprendemos é em relação a proximidade, então se você quer se conectar com alguém, frequentar os mesmos lugares que a pessoa alvo o ajudará a estreitar as possibilidades de conexão. Falamos também da frequência + duração, com uma ressalva importante: a pessoa alvo não pode se sentir ameaçada ou intimidada com a sua presença nesses ambientes. Portanto, os pontos de contato devem ocorrer em ambientes conhecidos, com uma constância consideravé, mas que não soe ameaçador para que a fórmula da amizade (proximidade + frequência + duração) flua de maneira orgânica, abrindo caminho para o 4º e último item, a intensidade.

 

Agora que recapitulamos o exemplo, podemos dar sequência no entendimento do significado de intensidade na fórmula da amizade de Jack. Neste caso, para tornar mais didático, vamos caracterizar a intensidade como curiosidade.

 

Voltando ao exemplo anterior, vamos imaginar que você completou os 3 primeiros passos da fórmula:

Proximidade: está frequentando os mesmos ambientes que a pessoa alvo frequenta;

Frequência: aumentou a frequência dos pontos de contato, antes só tinha contato com a pessoa alvo no grupo de estudos, agora tem contato também no clube de lazer;

Duração: de 2 horas semanais, esse ponto de contato praticamente dobrou e agora você permance mais tempo próximo da pessoa alvo.

 

Refletindo sobre o exemplo e aplicando-o em nosso cotidiano, muito provavelmente essa frequência de contato irá gerar na pessoa alvo uma certa “curiosidade”. Antes ela percebia sua presença no grupo de estudos, mas praticamente não se importava. Agora, ela passou a perceber que além do interesse comum de fazer parte do mesmo grupo de estudos, vocês também praticam os mesmos esportes e frequentam o mesmo clube de lazer. Essa curiosidade, ou melhor, intensidade, abrirá brechás significativas para iniciar a etapa da comunicação verbal.

 

A regra de ouro da amizade

Jack cita um dos exemplos mais amistosos e potentes para criar conexões, que são as declarações empáticas. As declarações empáticas soam como sinais amistosos em nossa comunicação e, mais que isso, fazem com que o receptor da mensagem (pessoa alvo) se sinta bem consigo mesmo. Esse item é o que Jack chama de: regra de ouro da amizade, afinal, se você quer que as pessoas gostem de você, faça com que elas se sintam bem consigo mesmas antes de mais nada.

 

Um exemplo básico de declaração empática que pode ser aplicado na situação fictícia que desenvolvemos ao longo desse estudo é a seguinte…

Vamos observar como uma conversa pode ser iniciada e funcionar usando as técnicas discutidas até agora.

 

  • Encontro no grupo de estudos:

Você: Oi, meu nome é [seu nome]. Qual é o seu nome?

Pessoa alvo: Oi, meu nome é Marina.

Você: Então parece que você está focada em aprender mais sobre esse tema hoje. (declaração empática)

Pessoa alvo (Marina): Com certeza. Eu realmente precisa ganhar mais profundidade nesse tema, é necessário para minha profissão.

No exemplo acima, além de abrir o ponto de contato verbal, você ainda recebe em troca uma informação valiosa da pessoa alvo. Agora você sabe que ela deseja conhecer mais sobre o tema porque ele é valioso para sua profissão.

 

  • Encontro no clube de lazer:

Você: Oi, meu nome é [seu nome]. Qual é o seu nome?

Pessoa alvo: Oi, meu nome é Marina.

Você: Então parece que você está focada em ganhar performance nesse esporte. (declaração empática)

Pessoa alvo (Marina): Com certeza. Eu realmente tenho treinado com mais intensidade para melhorar minha performance.

No exemplo acima, você não só reconhece o esforço da pessoa alvo para faz com que ela mesma se sinta bem em relação ao seu progresso no esporte.

A declaração empática pode ainda ter uma “sofisticação” para que a abertura do ponto de contato, seja ainda mais potente.

 

  • Encontro no clube de lazer:

Você: Oi, meu nome é [seu nome]. Qual é o seu nome?

Pessoa alvo: Oi, meu nome é Marina.

Você: Então parece que você está focada em ganhar performance nesse esporte. (declaração empática)

Pessoa alvo (Marina): Com certeza. Eu realmente quero melhorar minha performance.

——–

Você: Então você esteve treinando muito ultimamente. (declaração empática)

Pessoa alvo (Marina): Sim, tenho treinando cerca de 10 horas semanais me preparando para uma prova.

 

Nas duas abordagens, você reconheceu que a pessoa alvo estava dando sinais físicos de que se sentia confortavél com a sua abordagem e por isso teve brecha para a construção da declaração empática.

1- A pessoa alvo percebeu que você estava interessado verdadeiramente;

2- Você pode concentrar em ambos os exemplos a conversa na pessoa alvo;

3 – A resposta positiva da pessoa alvo, permite que tenha em mãos uma direção assertiva para continuar a conversa.

 

E assim concluimos os 4 elementos da fórmula da amizade de Jack: proximidade + frequência + duração + intensidade.

 

A fórmula da amizade parece mágica, mas não é. Ela apenas espelha a maneira como normalmente as pessoas estabelecem as relações. Dominar esses quatro elementos e os dois princípios, podem facilitar sua jornada na construição de amizades. Além de imergir nos quatro elementos da fórmula, o livro traz todo aparato necessário para que você aprenda mais sobre os sinais “amistosos e não amistosos” da comunicação verbal e não verbal.

 

Use todo aprendizado compartilhado aqui com moderação e lembre-se sempre de que para A construção de uma relação verdadeira, é preciso interesse mútuo de ambas as partes. 

Ainda não é aluno(a) da Universidade e quer aprofundar seus conhecimentos e adotar um estilo de vida comunicativo?

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